É, existem coisas que são inevitáveis. Não dá mais pra continuar tergiversando sobre as relações espúrias de Daniel Dantas com o poder (todos, incluindo o 4º, a mídia). Diante disso, a VEJA joga Dantas na fogueira mas tenta desqualificar o inquérito produzido pelo delegado da PF Protógenes.
Dessa maneira VEJA procura se preservar, vai que encontram muita coisa sobre a relação da mídia com Dantas no já famoso “disco duro” apreendido pela PF. Desde já VEJA avisa: “se encontrarem alguma coisa sobre a gente no disco duro do DD, não liguem, é loucura do aloprado do Protógenes”.
Só falta a VEJA dizer: "Nao se pode confiar em alguém com esse nome".
Isso é o que eu chamo de precaução.
Divirtam-se com alguns trechos da VEJA de hoje (13/07):
“A atuação e o inquérito do delegado Protógenes, que abriga contrabandos de Lacerda contra seus desafetos, só não podem ser classificados como típicos de um estado policial, porque os estados policiais costumam ser mais competentes. Em determinados momentos, ele parece um aluno de faculdade de sociologia tentando impressionar o mestre esquerdista com frases de efeito. Para justificar a renovação da autorização dos grampos telefônicos, Protógenes recorre a uma frase do destrambelhado lingüista americano Noam Chomsky: “A mídia é um veículo independente, comprometido com a verdade e imparcial, certo? Errado!“. Ao ritmo de uma revolução por parágrafo, cita, ainda, o suíço Jean Ziegler, autor do livro A Suíça Lava Mais Branco: “Se prevalecem grandemente da deficiência dos dirigentes da sociedade capitalista contemporânea. A globalização de mercados financeiros debilita o estado de direito, sua soberania e sua capacidade de agir“. Ele também acha que Freud não explica: “Comparar a gigantesca organização criminosa comandada por D. Dantas com a de N. Nahas seria um ‘paradigma ingênuo’ ou aplicar a simetria das condutas criminosas estaríamos diante de um método freudiano primitivo e ridículo“. Não tente entender. Não tem sentido.” “Os espasmos ideológicos do inquérito da Polícia Federal são particularmente violentos nas partes dedicadas à “mídia” – expressão preferida pelos inimigos da liberdade de expressão quando se referem à imprensa. O delegado Protógenes chegou a pedir a prisão da repórter Andréa Michael, do jornal Folha de S.Paulo, porque ela noticiara, em abril, a existência de uma operação em curso para prender Daniel Dantas. De acordo com o delegado, que a ela se refere como “travestida de correspondente na cidade de Brasília”, isso teria dificultado a ação policial. Problema seu, doutor Protógenes, se a PF foi incompetente para manter o segredo da operação. O que não pode, numa democracia, é punir o mensageiro porque ele fez o seu trabalho.”
Um comentário:
Deculpem-me, pois nao tenho a assinatura da Veja, mas gostaria de saber quem é o gênio que assina esse artigo. Tudo bem que eles queiram emplacar a nova estratégia "entrega Dantas, demoraliza PF", mas começaram muito mal, ao tentar desmoralizar Chomsky. Para quem nao sabe, Noam Chomsky é o ser vivo mais citado no mundo cientifico. De fato, é o unico vivo no top-ten dos mais citados de todos os tempos, vindo em oitavo, atras de genios como Marx, Freud e a frente de Hegel, Darwin, Einstein e tantos outros. Devemos a ele, entres outras coisas, o rigoroso embasamento matematico das linguagens - humanas e de computadores. Portanto, se esse "gênio" da Veja, que se acha na posiçao de criticar Chomsky, hoje escreve seus "artigos" num computador - e nao numa maquina de datilografar - deve-se em parte ao "destrambelhado" do Chomsky.
César Moura
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