O jornal espanhol “Público” traz nesta sexta (18/07) uma extensa reportagem sobre o “fenômeno Lula”. Segue a tradução de alguns trechos:
Abraça o presidente. Aperte-o. Joga pra cima. Beije-o. Dá um golpe nele. Agora o queime. Compra outro. Lula é mais que Lula. Mais que um presidente. Mais que um pobre transformado em herói pelo poder. Convertido em uma série de bonecos do prestigiado artista Raul Mourão, o presidente do Brasil levanta paixões superlativas. Exageradas. Mais amor que ódio. Ma também desprezo. Idolatria. Poucos são indiferente ao fenômeno Lula, o sindicalista que com um lema politicamente correto – Lulinha paz e amor - deixou de ser o lobo antidemocrático e conquistou a presidência do gigante sul-americano em 2002. Lula é mais que Lula. Já é um boneco. Dez. Centenas deles. Um pedaço de pano que coloca no coração. Apesar das piadas que atacam sua pouca cultura, do desprezo que mostra por ele a elite, Lula resiste, agüenta, segue em frente. O gordinho, o quase analfabeto, o que maltrata o dicionário da língua portuguesa. O que improvisa os discursos.
Contra vento, maré e prognósticos apocalípticos, Lula vai deixar a presidência em 2009 com a popularidade roçando os céus. Cinqüenta e cinco por cento (55%) dos brasileiros aprova sua gestão, segundo dados do Datafolha. Um recorde absoluto na história do Brasil. Apenas um 11% dos entrevistados considera sua gestão “ruim ou péssima”.
Seu antecessor, o centrista Fernando Henrique, deixou o governo com 26% de aprovação. E nunca, claro, foi um boneco de pelúcia. Demasiado rico, demasiado culto. Lula fulmina-o em popularidade.
Um 50,4% dos brasileiros mudaria a Constituição para possibilitar um terceiro mandato de Lula. A Carta magna impede a possibilidade. Até o próprio Lula sempre renegou essa possibilidade.
O que mais assusta o Partido dos Trabalhadores (PT) é o fato da oposição estar na frente em todas as pesquisas que tentam desvendar o postLula. José Serra, do PSDB, perdeu de goleada para Lula nas eleições de 2006.
Mas agora, sem Lula no horizonte, é o candidato mais firme. Serra, segundo Sensus, obteria 34,2% dos votos. Ciro Gomes, aliado de Lula e líder do PSB, conseguiria um 17,8% dos votos. Heloísa Helena, do esquerdista PSOL, levaria um 14,1% dos votos. E, Patrus Ananias, ministro de Lula, ficaria com uma esmola para o PT: 3,8%.
O boneco de pelúcia Lula mantém silencia. Será candidato a um terceiro mandato?
Dilma Roussef, respeitada ministra da Casa Civil, parece encarregada de receber a herança da era Lula. Mas as pesquisas, de momento, maltratam a sua falta de carisma: só aparece nas pesquisas espontâneas com 6% das intenções de voto.
A pergunta na boca de todos é: existe vida para a esquerda depois de Lula?
Raul Mourão recebe o jornal Público no seu atelier, no deteriorado bairro da Lapa. A área poderia ser território Lula: pobres, fachadas rachadas, adolescentes grávidas. Brasil humilde ao 100%, uma mina de votos para um presidente que presume de haver conseguido reduzir a pobreza extrema, que passou de 28,2% em 2002 a 19,3% em 2006, segundo a Fundação Getúlio Vargas.
Mourão é o cérebro de mostra artística que sintetizou o fenômeno Lula em uma série de bonecos do líder sindical, imãs de geladeira com sua imagem, desenhos, serigrafia de um Lula-Che Guevara.
Os bonecos, que eram vendidos desde 400 até 20.00 dólares, se esgotaram. “Uns querem para abraçá-lo. Outros para dar chutes”, diz sorrindo Mourão.
Contra vento, maré e prognósticos apocalípticos, Lula vai deixar a presidência em 2009 com a popularidade roçando os céus. Cinqüenta e cinco por cento (55%) dos brasileiros aprova sua gestão, segundo dados do Datafolha. Um recorde absoluto na história do Brasil. Apenas um 11% dos entrevistados considera sua gestão “ruim ou péssima”.
Seu antecessor, o centrista Fernando Henrique, deixou o governo com 26% de aprovação. E nunca, claro, foi um boneco de pelúcia. Demasiado rico, demasiado culto. Lula fulmina-o em popularidade.
Um 50,4% dos brasileiros mudaria a Constituição para possibilitar um terceiro mandato de Lula. A Carta magna impede a possibilidade. Até o próprio Lula sempre renegou essa possibilidade.
O que mais assusta o Partido dos Trabalhadores (PT) é o fato da oposição estar na frente em todas as pesquisas que tentam desvendar o postLula. José Serra, do PSDB, perdeu de goleada para Lula nas eleições de 2006.
Mas agora, sem Lula no horizonte, é o candidato mais firme. Serra, segundo Sensus, obteria 34,2% dos votos. Ciro Gomes, aliado de Lula e líder do PSB, conseguiria um 17,8% dos votos. Heloísa Helena, do esquerdista PSOL, levaria um 14,1% dos votos. E, Patrus Ananias, ministro de Lula, ficaria com uma esmola para o PT: 3,8%.
O boneco de pelúcia Lula mantém silencia. Será candidato a um terceiro mandato?
Dilma Roussef, respeitada ministra da Casa Civil, parece encarregada de receber a herança da era Lula. Mas as pesquisas, de momento, maltratam a sua falta de carisma: só aparece nas pesquisas espontâneas com 6% das intenções de voto.
A pergunta na boca de todos é: existe vida para a esquerda depois de Lula?
Raul Mourão recebe o jornal Público no seu atelier, no deteriorado bairro da Lapa. A área poderia ser território Lula: pobres, fachadas rachadas, adolescentes grávidas. Brasil humilde ao 100%, uma mina de votos para um presidente que presume de haver conseguido reduzir a pobreza extrema, que passou de 28,2% em 2002 a 19,3% em 2006, segundo a Fundação Getúlio Vargas.
Mourão é o cérebro de mostra artística que sintetizou o fenômeno Lula em uma série de bonecos do líder sindical, imãs de geladeira com sua imagem, desenhos, serigrafia de um Lula-Che Guevara.
Os bonecos, que eram vendidos desde 400 até 20.00 dólares, se esgotaram. “Uns querem para abraçá-lo. Outros para dar chutes”, diz sorrindo Mourão.
Não é casualidade que o diretor de cinema Fábio Barreto encontra-se rodando “Lula, o filho do Brasil”, uma ficção sobre a história do presidente. E tampouco que João Miguel, o ator eleito para interpretar Lula, tenha recusado o convite pela “admiração” – palavras textuais – que tem pelo presidente. Lulinha paz e amor. Che-Lula Guevara. Inimitável. Inigualável. Lula nosso, que estais nos céus.
Um comentário:
What entertaining phrase
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