31 de jul. de 2008
"Vamu" abafar, "vamu" abafar...
27 de jul. de 2008
26 de jul. de 2008
A solução para estacionamentos apertados
25 de jul. de 2008
Daniel Dantas personifica o uso do Estado por interesses da elite nacional
Dantas formou-se em engenharia civil pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas fez pós-graduação em economia pela Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro (FGV-RJ), onde foi aluno de Simonsen. Este também integrou a diretoria do Citibank – que por anos foi o principal detentor de títulos da dívida externa brasileira – antes de formar seu próprio banco: o Bozano,Simonsen. O ex-ministro apresentou-lhe a um conterrâneo seu, Antonio Carlos Magalhães, como "o melhor economista que ele conhecia e seu melhor aluno".
Do relacionamento com ACM, veio o primeiro convite a ocupar cargo público. "Procurei ver se levava para a Bahia o Sr. Daniel Dantas, por intermédio do Sr. Mário Henrique, para ser presidente do Banco do Estado. Não consegui. Ele já estava entrosado em negócios particulares", disse ACM, em discurso no Senado.
Também por ACM, teria a oportunidade de recusar seu segundo convite. O senador baiano apresentou-o ao então presidente eleito Fernando Collor. O Jornal Nacional, na época, informou que Dantas havia sido convidado para o Ministério da Fazenda. O banqueiro teria recusado o convite. O economista Carlos Eduardo Carvalho, que participou da primeira campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, atribui a Dantas a idéia de confiscar a poupança da população brasileira. Em sua auto-biografia, Collor admite ter discutido a idéia em uma reunião com Dantas e André Lara Resende – que participaria da elaboração do Plano Cruzado e Real. Mas Dantas teria se colocado contra. De qualquer forma, ele foi dos poucos privilegiados que retirou seus investimentos do mercado financeiro dias antes do confisco e aplicou em outros bens.
Surf nas privatizações
No período Collor, Dantas ainda trabalhou para o Bradesco, antes de montar seu próprio banco, o Opportunitty, em 1993. O primeiro grande negócio fechado pelo banco ocorreria em 1997, quando Dantas montou o Sweet River Fund, criativo nome de um fundo sediado nas Ilhas Cayman com objetivo de arrematar a privatização da Vale do Rio Doce. O Sweet River (rio doce, em inglês) fez parte do grupo vencedor do leilão. Só alguns anos depois, descobriu-se que o dinheiro usado pelo fundo para a compra da Vale vinha do Bradesco – que havia vencido a licitação para organizar a venda da Vale e, portanto, estava proibido de participar do leilão. O Bradesco cobrou o empréstimo do dinheiro pela entrega das ações – transação conhecida como debenture – e tornou-se, por meio de seu ex-funcionário Dantas, o dono da empresa que havia ajudado o Estado a vender. A tramóia deu origem a 107 ações judiciais para anular o leilão.
Em 1998, poucos dias antes da privatização da Telebrás, o jornal Folha de S. Paulo divulgou gravações mostrando que o então presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), André Lara Resende; o então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros; e o presidente Fernando Henrique Cardoso agiram em favor de Dantas na formação dos consórcios que participariam do leilão contra o grupo de Carlos Jereissati – irmão do então presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) e dono da rede de shoppings Iguatemi. Nas conversas que seriam interceptadas pela Polícia Federal neste ano, Dantas iria contar a uma de suas advogadas o apoio que recebeu do então presidente. Procurado pelo jornalista Bob Fernandes, FHC afirmou que "isso já é conversa dele, já é usar o santo nome em vão...".
Leilão realizado, Dantas ficou com participações na Brasil Telecom, Amazônia Celular e Telemig Celular. Por meio de acordos com outros acionistas – como o Citibank e os fundos de pensão de funcionários públicos – conseguiu assumir o controle da Brasil Telecom, mesmo sendo proprietário de 0,39% das ações do fundo controlador da empresa. Em 2001, o então deputado Milton Temer acusou Dantas de ser o mentor do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), que renderia dinheiro a fundo perdido ao Banco Econômico, da Bahia, e outros. No mesmo período, o Opportunity fecha acordo com o Esporte Clube Bahia, que ganha o final S.A. – novidade apontada pela mídia, na época, como um exemplo de gestão empresarial no futebol. O time terminaria por amargar a terceira divisão do futebol profissional brasileiro, quando encerrou a parceria que movimentou 32 milhões de dólares, mas deixou uma dívida de R$ 41 milhões. A PF suspeita de lavagem de dinheiro.
Em 2002, um revés. O comando de campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva é integrado, entre outros, por Luiz Gushiken. Ex-funcionário do Banco do Brasil e sindicalista da área, ele montou uma empresa que prestava consultoria ao Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB. Após a posse de Lula, ocupando a Secretaria de Comunicação Social (Secom), mesmo sem nenhuma ligação direta com os fundos de pensão, Gushiken passa a manobrar, junto aos fundos de pensão, contra Dantas. Em 2004, Dantas é alvo da Polícia Federal pela primeira vez. A Operação Chacal mostra que, a pedido dele, a empresa Kroll – de propiedade da estadunidense IBM – contrata o coronel da reserva do Exército de Israel Avner Shemeh para espionar ministros.
No ano seguinte, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios investiga os pagamentos feitos pelo empresário Marcos Valério Souza a líderes partidários – que, segundo a tese dos petistas foi pagamento de "caixa dois" de campanha e, segundo oposição e a mídia, uma compra de apoio político no Congresso Nacional. As agências de publicidade de Valério – DNA e SMP&B – tinham como principais clientes três empresas controladas por Dantas – Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular. Juntas as três pagaram R$ 152 milhões às agências de Valério. Uma busca da Polícia Federal a mando da CPMI, nas cidades mineiras de Contagem e Brumadinho, encontra enterradas e queimadas notas fiscais da SMP&B e da DNA em nome das empresas de Dantas. A CPMI nunca encontrou notas que considerasse que comprovassem os serviços prestados por Valério a Dantas. Em depoimento à comissão, Valério admite que intermediou a aproximação entre Dantas e o então tesoureiro do PT Delúbio Soares. Este, por sua vez, admite, em depoimento, que prometeu a Dantas ajudá-lo a vencer resistências dentro do governo.
A então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie proíbe o acesso dos parlamentares aos dados da conta do Opportunity nas Ilhas Cayman. Mas a CPMI consegue levar, pela primeira vez, Dantas a uma cadeira de depoente no Congresso Nacional. O banqueiro já havia sido chamada quatro vezes para depor: em 2001, na CPI do Proer e na Comissão de Finanças; e em 2002 e 2003, pela ligação com os fundos de pensão. Em 2006, o PSDB pediu informações do Ministério da Justiça sobre um jantar do então ministro Márcio Thomaz Bastos com o banqueiro, que teria sido organizado pelo deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP). Todos os pedidos foram arquivados a pedido das bases governistas de ocasião. Quando depôs pela primeira vez, teve a proteção de um habeas corpus preventivo cedido pelo ministro Gilmar Mendes.
No documento final, o nome de Dantas é omitido pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR). A bancada do PT apresenta um relatório em separado em que aponta Dantas como o financiador do chamado "mensalão". O objetivo do investimento de Dantas seria garantir a manutenção do apoio do governo à sua gestão à frente das empresas privatizadas. O texto conclui que "Dantas era o timoneiro e administrador de fato das empresas adquiridas com recursos de fundos de pensão, sendo o pagador e beneficiário do esquema montado por Marcos Valério" e que "a proximidade de Dantas (...) com Marcos Valério e Delúbio Soares tinha o objetivo de persuadir e pressionar políticos e dirigentes de fundos de pensão para que não o removessem do controle da Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular".
Serraglio aceita os acréscimos sugeridos pelo PT e encaminha o relatório à Procuradoria Geral da República. Esta faz denúncia contra o "mensalão" ao STF, mas separa os dados e repassa à 6ª Vara da Justiça Federal, que já investigava o banqueiro.
Rumo ao agronegócio
No mesmo ano, Dantas é finalmente afastado do controle da Brasil Telecom. Sem contar mais com o apoio do Citibank e sendo pressionado pelos novos diretores dos fundos de pensão, Dantas foi retirado da direção da empresa por ação judicial. Em maio de 2006, a revista Veja publica uma reportagem afirmando que os ex-ministros da Casa Civil, José Dirceu, da Fazenda, Antonio Palocci, e da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o então diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o senador Romeu Tuma (PTB-SP) teriam contas no exterior. Somente o presidente Lula teria 38,552 mil dólares em paraísos fiscais. Dantas, à época, divulgou nota negando que era o responsável pelas denúncias. Mas os jornalistas Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif fariam uma série de matérias apresentando documentos que comprovam como, com dinheiro dos fundos de pensão na Brasil Telecom, Dantas pagou jornalistas das revistas Veja e Istoé e dos sites ConsultorJurídico e Nominimo, montando o que Amorim chama de Sistema Dantas de Comunicação.
Na condição de sócio minoritário da Brasil Telecom, Dantas permaneceria até este ano. No acordo de compra da empresa pela Oi, Dantas teria recebido 1 bilhão de dólares, segundo cálculos da revista Teletime. Como parte do negócio, estaria selado um armistício entre Dantas e as partes. Reportagem do jornal Valor, fala dos novos planos do banqueiro: criar gado na fronteira agrícola. Das seis cidades em que a empresa Agropecuária Santa Bárbara tem terras, duas estão na lista suja do desmatamento do governo federal. Dantas anunciava, ao jornal, seus planos de criar uma fábrica de processamento de leite longa vida na região. Além disso, o grupo Opportunity admite ter comprado cinco áreas dentro de reservas ambientais ou indígenas, para explorar a mineração. A PF suspeita que o objetivo dos investimentos era lavagem de dinheiro. Numa das gravações interceptadas, o ex-presidente da Brasil Telecom, Humberto Braz, avisa a um interlocutor que o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh vai receber "50% já e 50% na hora que for aprovado lá no Meio Ambiente."
Em abril, o jornalista Paulo Henrique Amorim, em entrevista à revista Fórum, define a criação da BrOi e o armistício com Dantas como a "grande conciliação nacional" que abrirá caminho para o acordo PT/PSDB. Três meses depois, Dantas estaria numa cela da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo (SP). É liberado duas vezes por Gilmar Mendes, que ocupa a presidência do STF e, como advogado-geral da União durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi responsável por derrubar todas as liminares que tentaram bloquear as privatizações suspeitas de que Dantas participou. Deslegitimado por uma avalanche de abaixo-assinados de juízes federais, delegados da PF e procuradores da República e por um pedido de cassação protocolado no Congresso Nacional, Mendes vai ao Palácio do Planalto.
Poucos dias após a operação, na sala do presidente da República, sentam-se: o próprio Lula – presidente de honra do PT –, Mendes – advogado-geral do governo FHC –, o ministro da Justiça Tarso Genro – que foi candidato à presidência do PT defendendo uma aproximação com o PSDB – e o ministro da Defesa Nelson Jobim – ex-presidente do STF por indicação de FHC e ministro da Justiça do governo tucano. Juntos, os quatro decidem dar força ao projeto de lei que reduz ainda mais o uso de gravações telefônicas por autorização judicial – a primeira lei nesse sentido foi assinada por FHC e Jobim. E criticam a "espetacularização" das ações da Polícia Federal. No mesmo dia, é anunciado que o delegado responsável pelo caso, Protógenes Queiroz, não comanda mais as investigações.
"Já tá tudo ok! Já tá tudo numa boa! Pode ficar tranqüila! Já tô aqui, já tive ontem contigo, já vou hoje na missa da dona Ruth...vida normal", o alívio da irmã de Dantas, Verônica, a uma amiga ocorre em ligação interceptada. Alívio não pelo afastamento de Protógenes, mas pelo pagamento de 1 milhão de dólares ao delegado Victor Hugo. Mas dá uma idéia das conversas que se seguiram nas últimas semanas. No velório, duas semanas antes da prisão de Dantas, Lula declara ao governador mineiro Aécio Neves: "Os laços do PSDB com o PT são tantos que, quando fomos perguntar aos ministros quem gostaria de vir, quase não teve lugar no avião". Após a prisão, o jornalista Manoel Fernandes, do site NovaE, lançou uma campanha realista: "basta de subterfúgios", "Dantas para presidente!".
Privatizações da era FHC deram fôlego à promiscuidade entre público e privado
Se a sociedade brasileira foi fundada com esses preceitos, as privatizações iniciadas no período do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) praticamente legalizaram as ações para fins privados dentro do setor público. Os mandatos FHC também foram responsáveis por alavancar Dantas à condição de um dos homens mais poderosos do Brasil.
O sociólogo Francisco de Oliveira acredita que a operação da PF e os seus desdobramentos revelam que a “utopia neoliberal do Estado mínimo” está longe de ser alcançada, já que o poder público tem um papel central na execução de operações irregulares. “O Estado tem um papel importante no capitalismo desde [Getúlio] Vargas e ,com as privatizações, acabaram com toda discussão do discernimento entre público e privado. A partir de então, virou um 'melê' total. A gestão FHC abriu as portas para o capitalismo pirata. Na gestão Lula, houve uma manutenção, mas pode haver um recrudescimento, se forem realizadas novas privatizações”, considera.
Para ele, o grupo de Dantas não pode sequer ser denominado “máfia”, já que suas operações estão inseridas dentro da lógica que forjou o Estado brasileiro. “A corrupção é uma doença genética do capitalismo brasileiro. É uma composição do capitalismo formador da sociedade. Isso não é uma máfia, pois não é um acidente de percurso, nem uma 'escroqueria' tipicamente brasileira, a existência disso é estrutural no capitalismo periférico”, avalia o sociólogo.
Além das privatizações, outro elemento novo que alavanca esse tipo de operação é a associação de grandes grupos econômicos com os fundos de pensão de trabalhadores de empresas estatais, segundo o sociólogo. No governo FHC, Dantas realizou operações bem sucedidas de aproximação com os fundos, como a Previ. Associado à caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, o banqueiro chegou ao posto de sócio-diretor da Brasil Telecom. De proximidade, a relação passou para o litígio judicial, por conta da disputa acionária no âmbito da empresa. “Os fundos de pensão são sócios do capitalismo pirata. São fundos públicos, mas transformaram-se na forma de privatização mais perversa. São homens de negócio, não há nenhuma surpresa no fato de eles estarem envolvidos nesses esquemas, isso vem da natureza capitalista desses fundos. São fundos de propriedade dos trabalhadores que estão desempenhando um papel contrário aos interesses da maioria dos trabalhadores, o que depõe contra o caráter republicano dessas entidades”, opina Oliveira.
23 de jul. de 2008
Peixinhos e tubarões
Por subtrair mercadoria no valor de R$ 3,10, Angélica passou na prisão o Natal, o Ano-Novo e o Carnaval, pois o Tribunal de Justiça de São Paulo, ao analisar o pedido de defesa da doméstica, o indeferiu. Angélica foi solta dia 23 de março, mais de quatro meses depois, graças à liminar do ministro Paulo Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
O Brasil e sua Justiça parecem postos de cabeça para baixo. Há uma inversão total de valores e critérios. Um publicitário vem a público e declara ter recebido, via caixa dois, R$ 10 milhões de reais numa conta clandestina no exterior, e fica por isso mesmo, protegido por direitos que lhe foram garantidos pelo STF, reagindo com escárnio às interrogações dos parlamentares incumbidos de apurar corrupções.
Um publicitário mineiro faz biliardários empréstimos ao tesoureiro de um partido político, sem revelar a origem dos recursos, porém destinando-os ao suborno de deputados federais, e fica por isso mesmo.
Um deputado federal, cassado após ocupar o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, achaca em R$ 7 mil o proprietário de um restaurante e ninguém lhe dá voz de prisão.
Um alto funcionário dos Correios é filmado embolsando propina no valor de R$ 3 mil, a polícia não é chamada e ele continua livre, prova viva de que crimes de colarinho branco merecem a cumplicidade de setores da justiça.
Quando políticos, banqueiros e empresários processados por desvios de recursos públicos devolverão o que roubaram? Quem pune os gastos exorbitantes de um reitor de Universidade de Brasília, os desvios de recursos do BNDES, as maracutaias nas privatizações sob o governo FHC?
Fica a impressão de que, por baixo de tanta corrupção, há uma extensa rede de cumplicidade. Tubarões não são punidos para evitar que entreguem outros tubarões à justiça. Neste país, basta ter dinheiro, bons advogados e relações nas instâncias de poder para ficar assegurada a impunidade. Enquanto isso, os pobres, sob simples suspeita, sofrem torturas ou levam bala antes de serem inquiridos ou investigados.
Os peixinhos, como Angélica, ficam meses na cadeia por causa de R$ 3,10. Os tubarões, imunes e impunes, são a prova viva de que o crime compensa – de fato e de direito – desde que o assalto abocanhe valores em milhões de reais. De preferência dinheiro dos cofres públicos.
Vale o provérbio: "Quem rouba 1 real é ladrão, quem rouba 1 milhão é barão".
Estatísticas comprovam que a polícia do governador Sérgio Cabral, do Rio, matou mais este ano do que os crimes cometidos em São Paulo por bandidos. Quem decepa a mão assassina do Estado?
No Brasil, quando a polícia pára uma pessoa de posses, a pergunta é: "Sabe com quem está falando?" Em outros países é o policial que faz a pergunta: "Quem você pensa que é?"
Quando estive na Inglaterra, nos anos 80, vi pela BBC – uma TV estatal – o sobrinho da rainha Elizabeth II ser levado a julgamento. Parado por uma patrulha rodoviária, constatou-se que ele dirigia sob efeito de álcool. Cassaram-lhe a carteira por seis meses.
Dois meses depois foi parado por outra patrulha. Pediram-lhe a carteira. Não tinha. Então apelou para o jeitinho brasileiro: "Sabe com quem está falando? Sou o príncipe fulano". O guarda insistiu em ver os documentos. O rapaz voltou ao bate-boca. Então o policial disse a ele: "Um de nós dois está errado. Você está preso e a justiça dirá quem de nós tem razão".
Televisionado para todo o país, o príncipe se viu obrigado, pelo juiz, a pedir desculpas ao guarda e teve a sua licença de motorista cassada por cinco anos.
Assim se faz cidadania.
22 de jul. de 2008
Pedido de impeachment do presidente do STF é arquivado
19 de jul. de 2008
Em homenagem à Dercy Gonçalves
18 de jul. de 2008
Jornal espanhol fala da popularidade de Lula
Contra vento, maré e prognósticos apocalípticos, Lula vai deixar a presidência em 2009 com a popularidade roçando os céus. Cinqüenta e cinco por cento (55%) dos brasileiros aprova sua gestão, segundo dados do Datafolha. Um recorde absoluto na história do Brasil. Apenas um 11% dos entrevistados considera sua gestão “ruim ou péssima”.
Seu antecessor, o centrista Fernando Henrique, deixou o governo com 26% de aprovação. E nunca, claro, foi um boneco de pelúcia. Demasiado rico, demasiado culto. Lula fulmina-o em popularidade.
Um 50,4% dos brasileiros mudaria a Constituição para possibilitar um terceiro mandato de Lula. A Carta magna impede a possibilidade. Até o próprio Lula sempre renegou essa possibilidade.
O que mais assusta o Partido dos Trabalhadores (PT) é o fato da oposição estar na frente em todas as pesquisas que tentam desvendar o postLula. José Serra, do PSDB, perdeu de goleada para Lula nas eleições de 2006.
Mas agora, sem Lula no horizonte, é o candidato mais firme. Serra, segundo Sensus, obteria 34,2% dos votos. Ciro Gomes, aliado de Lula e líder do PSB, conseguiria um 17,8% dos votos. Heloísa Helena, do esquerdista PSOL, levaria um 14,1% dos votos. E, Patrus Ananias, ministro de Lula, ficaria com uma esmola para o PT: 3,8%.
O boneco de pelúcia Lula mantém silencia. Será candidato a um terceiro mandato?
Dilma Roussef, respeitada ministra da Casa Civil, parece encarregada de receber a herança da era Lula. Mas as pesquisas, de momento, maltratam a sua falta de carisma: só aparece nas pesquisas espontâneas com 6% das intenções de voto.
A pergunta na boca de todos é: existe vida para a esquerda depois de Lula?
Raul Mourão recebe o jornal Público no seu atelier, no deteriorado bairro da Lapa. A área poderia ser território Lula: pobres, fachadas rachadas, adolescentes grávidas. Brasil humilde ao 100%, uma mina de votos para um presidente que presume de haver conseguido reduzir a pobreza extrema, que passou de 28,2% em 2002 a 19,3% em 2006, segundo a Fundação Getúlio Vargas.
Mourão é o cérebro de mostra artística que sintetizou o fenômeno Lula em uma série de bonecos do líder sindical, imãs de geladeira com sua imagem, desenhos, serigrafia de um Lula-Che Guevara.
Os bonecos, que eram vendidos desde 400 até 20.00 dólares, se esgotaram. “Uns querem para abraçá-lo. Outros para dar chutes”, diz sorrindo Mourão.

Tropa de Elite estréia na Europa
Aliás, o trailer do filme é devastador para a imagem da cidade. Logo na introdução as imagens aparecem embaladas por esse texto:
Na cidade mais perigosa do mundo, onde os delinqüentes governam as ruas e os corruptos governam a lei...
Você pode ver as comparações das fotos que o "El País" faz AQUI (atenção, cenas fortes)
Você pode ver a página web que faz a promoção do filme na Espanha AQUI.
17 de jul. de 2008
O machismo dá a cara no globo.com
Atenção: as partes dedicadas à vida pessoal estão em vermelho, as partes dedicadas à vida profissional estão em azul e as partes dedicadas à vida política estão em verde.
IVAN VALENTE
É professor e engenheiro, casado, tem dois filhos. Participou das lutas estudantis em 1968. Foi preso e torturado pela ditadura. Cumpriu dois mandatos como deputado estadual e dois como deputado federal pelo PT. Em 2005, rompeu com o partido no auge do escândalo do mensalão e ingressou no PSOL, no qual integra a direção nacional. No ano seguinte, foi reeleito deputado federal. Faz parte da Direção Nacional do PSOL.
MARTA
Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy faz parte de uma família aristocrata paulista. Casou-se em 1964 com o hoje senador Eduardo Matarazzo Suplicy (PT-SP), também de família tradicional e aristocrátca, com quem teve três filhos, João, André e Eduardo (o cantor Supla). Separou-se em 2001, logo depois de se eleger prefeita de São Paulo. Com o divórcio oficializado em 2003, casou-se com o franco-argentino Luis Favre. É atualmente ministra do Turismo no governo do presidente Lula.
Deu pra ver a diferença?
Esse artigo não trata de defender esse ou aquele candidato, não moro em São Paulo e não estou participando de nenhuma campanha política nessa cidade, a única coisa que pretendo é denunciar uma situação esdrúxula e digna de lamentação.
E o pior é que muito de nós pode ler coisas como esta e nem perceber o machismo que isso representa.
16 de jul. de 2008
Dois pesos, duas medidas...
Deu no jornal O Povo (por Eliomar de Lima):
Jéfferson Hermínio Moreira (18 anos), indiciado por tentativa de roubo ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, continua preso na Casa de Custódia de Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza). Mesmo sendo réu primário, não teve a mesma sorte do banqueiro Daniel Dantas, preso pela Polícia Federal na Operação Satiagraha, sob acusação de esquema de lavagem de dinheiro.
Dantas teve direito a ser posto em liberdade por duas vezes por decisão de Gilmar Mendes. Jéfferson tem advogado, mas a lentidão da Justiça no caso atrapalha. Ele está completando, nesta quarta-feira, 17 dias de prisão. Jéfferson tentou roubar, no último dia 29, o cordão de ouro do presidente do STF, Gilmar Mendes, em pleno calçadão da avenida Beira Mar. Acabou dominado por seguranças à paisana do ministro.
Na ocasião, ele foi levado para o 2º Distrito Policial, depois transferido para a Delegacia de apoio ao Turista e, em seguida, levado para a Delegacia de Capturas. Agora, está na Casa de Custódia de Caucaia. No inquérito, feito pela Delegacia de Apoio ao Turista e já entregue à justiça, o rapaz está sendo acusado de roubo qualificado, pois estaria com um comparsa, que não foi preso nem identificado. Advogados consultados dizem que uma pessoa só deve esperar julgamento na prisão quando sua liberdade representa uma ameaça à ordem pública, quando pode ocultar provas ou ameaça fugir.
15 de jul. de 2008
Um momento, deixa ver se eu entendo.
Os fatos são os seguintes: A Polícia Federal faz uma operação acompanhada de perto pela justiça federal e pelo ministério público. As escutas telefônicas (legais) desvendam uma série de crimes, tentam comprar por 1 milhão de dólares (com direito a gravação para provar tudo) um delegado, um dos homens mais ricos e sinistros do Brasil tem a prisão temporária pedida e aceita por um juiz federal.
Poxa, nem parece o Brasil de pouco tempo atrás!!!
Mas ai vem um ministro do STF (onde o principal acusado diz ter “facilidades”) e, em tempo recorde, manda soltar o acusado (em que pese à tentativa de suborno). Além disso, esse mesmo ministro se revolta com a algema que enfeitou por uns minutos o pulso de um dos homens mais ricos e sinistros do Brasil.
Mais uma prisão depois, e mais uma soltura depois, o povo se revolta, criam blogs para mostrar seu inconformismo, convocam manifestações, juízes, delegados e procuradores se manifestam, o ministro da justiça diz que a polícia federal agiu corretamente, o presidente da República diz que a única maneira de não ser “importunado” pela PF é andar na linha, políticos dos mais diversos partidos se desesperam, jornalistas já não são vistos como eternos mocinhos, etc., etc...
As coisas começam a ficar interessantes e, apesar da ajudinha do STF, esse cara pode, finalmente, receber o que merece e arrastar algumas dezenas de pessoas que merecem tanto quanto ele.
O povo indignado, o ministro da justiça defendendo a PF, o presidente da República defendo o natural funcionamento do Estado de Direito, os juízes e procuradores atentos e vigilantes, tudo começa, definitivamente, a ficar bem interessante.
Mas, de repente, eis que o ministro da justiça e o presidente da “República” parecem mudar de opinião. Talvez a polícia tenha se excedido, talvez a algema colocada em um dos homens mais ricos e sinistros do Brasil tenha sido feita para um favelado, sei lá, não pegou bem.
As notícias são que o delegado que presidiu o inquérito foi afastado e o presidente da “República” receberá o ministro do STF para discutir eventuais reformas das instituições (leia-se, Polícia Federal)!!!
Peraí, quer dizer que quando a PF prende um ricaço sinistro, com um saco de provas de crimes e mais crimes nas costas, o que necessita ser feito é MUDANÇA NAS INSTITUIÇÕES???
O presidente Lula erra duas vezes.
Erra a primeira vez ao trair os milhões de brasileiros que estavam aplaudindo uma PF mais independente e republicana.
E erra a segunda vez ao tentar salvar a elite patrimonialista e corrupta de sempre que ele, Lula, com esse ato demonstra estar ávido por fazer parte.
Lula parece não querer acreditar no óbvio, essa mesma elite odeia Lula, essa elite que Lula se esforça para agradar nunca aceitará o nordestino, torneiro mecânico como um deles. Na primeira oportunidade essa elite rifará Lula sem dó nem piedade.
Será que Lula já esqueceu o episódio do debate com Collor? Esqueceu do apoio explícito da maior parte dessa elite ao tucano Alckmin? Esqueceu das ligações nunca esclarecidas de um delegado da PF com a elite midiática no caso da compra do dossiê contra Serra? Esqueceu dos ataques diuturnos da VEJA, da Folha, do Estado, da Miriam Leitão, etc?
Ou será que na verdade, o que Lula mais quer é esquecer do seu passado e fazer parte dessa elite de uma vez por todas?
É, o Brasil começa a voltar a parecer o Brasil de sempre.
Um momento, as manifestações ainda estão de pé, né? Bem, ainda resta esperança...
O Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará, toda uma prova de isenção
Atualmente, há 33 Tribunais de Contas estaduais e municipais (além do Tribunal de Contas do Distrito Federal).
Além disso, há dois Municípios (Rio de Janeiro e São Paulo) que têm seus próprios Tribunais de Contas, como instituições destas cidades (e não dos respectivos Estados), de modo que, nestes, os Tribunais de Contas estaduais examinam as contas do Estado e de todos os outros Municípios, exceto de suas próprias capitais.
Acontece que com muita freqüência os Conselheiros são ex-deputados, ex-secretários, com “rabo-preso” com o governador ou prefeito de plantão. Dessa forma esses Tribunais acabam se transformando em um órgão que legitima a corrupção. É por essa e por outras que sou a favor da extinção desses Tribunais que custam milhões de reais por ano.
Para ilustrar essa situação dêem uma olhada no discurso de posse do presidente do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (Ernesto Saboia de Figueiredo Junior). Que isenção esse cidadão pode ter?
14 de jul. de 2008
Gilmar subestimando nossa inteligência
Maierovitch diz que Gilmar Mendes agiu de maneira precipitada
Ouçam a entrevista do presidente do Instituto Giovanni Falcone, Wálter Maierovitch. Dentre outras coisas Maierovitch diz que Gilmar Mendes "forçou a barra" concedendo o HC para Daniel Dantas.
Folha tinha matéria de encomenda para Daniel Dantas
Vejam um trecho das conversas entre a jornalista da Folha Andréa Michael e Guiga que foi publicado no blog "Conversa Afiada":
- Tá, vou avisar, diz Guiga, Guilherme Henrique Sodré Martins, membro do triunvirato do círculo íntimo de Daniel Dantas, e amigo pessoal do governador Jacques Wagner, da Bahia.
- Aproveita e pergunta pra ele o que ele vai fazer com o dinheiro que ele vai receber da Brasil Telecom e da Telemar, diz Andréa Michael, repórter da Folha em Brasília.
. Guiga diz a Dantas que Andrea Michael, repórter da Folha em Brasília acabou de escrever uma matéria “sob encomenda” para ele.
. E conta que ela perguntou o que ele vai fazer com o US$ 1 bilhão do cala-a-boca que a Telemar e a Brasil Telecom vão pagar a ele, com dinheiro do BNDES.
. Dantas cai na gargalhada. Ri, ri e diz:
- Diz pra ela que eu vou comprar ações da Telemar.
. E riu, riu muito ...
13 de jul. de 2008
PF diz que Daniel Dantas espionou juízes paulistas
12 de jul. de 2008
VEJA joga Dantas na fogueira mas tenta desmoralizar delegado da PF
Dessa maneira VEJA procura se preservar, vai que encontram muita coisa sobre a relação da mídia com Dantas no já famoso “disco duro” apreendido pela PF. Desde já VEJA avisa: “se encontrarem alguma coisa sobre a gente no disco duro do DD, não liguem, é loucura do aloprado do Protógenes”.
Isso é o que eu chamo de precaução.
Divirtam-se com alguns trechos da VEJA de hoje (13/07):
“A atuação e o inquérito do delegado Protógenes, que abriga contrabandos de Lacerda contra seus desafetos, só não podem ser classificados como típicos de um estado policial, porque os estados policiais costumam ser mais competentes. Em determinados momentos, ele parece um aluno de faculdade de sociologia tentando impressionar o mestre esquerdista com frases de efeito. Para justificar a renovação da autorização dos grampos telefônicos, Protógenes recorre a uma frase do destrambelhado lingüista americano Noam Chomsky: “A mídia é um veículo independente, comprometido com a verdade e imparcial, certo? Errado!“. Ao ritmo de uma revolução por parágrafo, cita, ainda, o suíço Jean Ziegler, autor do livro A Suíça Lava Mais Branco: “Se prevalecem grandemente da deficiência dos dirigentes da sociedade capitalista contemporânea. A globalização de mercados financeiros debilita o estado de direito, sua soberania e sua capacidade de agir“. Ele também acha que Freud não explica: “Comparar a gigantesca organização criminosa comandada por D. Dantas com a de N. Nahas seria um ‘paradigma ingênuo’ ou aplicar a simetria das condutas criminosas estaríamos diante de um método freudiano primitivo e ridículo“. Não tente entender. Não tem sentido.” “Os espasmos ideológicos do inquérito da Polícia Federal são particularmente violentos nas partes dedicadas à “mídia” – expressão preferida pelos inimigos da liberdade de expressão quando se referem à imprensa. O delegado Protógenes chegou a pedir a prisão da repórter Andréa Michael, do jornal Folha de S.Paulo, porque ela noticiara, em abril, a existência de uma operação em curso para prender Daniel Dantas. De acordo com o delegado, que a ela se refere como “travestida de correspondente na cidade de Brasília”, isso teria dificultado a ação policial. Problema seu, doutor Protógenes, se a PF foi incompetente para manter o segredo da operação. O que não pode, numa democracia, é punir o mensageiro porque ele fez o seu trabalho.”
Dia 13/07 (domingo) todos de preto para protestar contra a libertação de Daniel Dantas
Não custa nada, né? Então amanhã, todos de preto!
11 de jul. de 2008
Daniel Dantas ameaça: Vou contar tudo!!!
Parabéns Bob Fernandes, parabéns Terra Magazine!
Deu no Terra Magazine (por Bob Fernandes)
Daniel Dantas está numa sala da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Seu advogado, Nélio Machado, está próximo.
Diante do banqueiro, o delegado que coordenou a operação Satiagraha, o homem que o prendeu por duas vezes em 48 horas. São 8 da noite da quinta-feira, 10 de julho.
Daniel Dantas parece exausto, rendido, mas não deixou de ser quem é. Obcecado por tudo que foca e toca, brilhante, genial, dizem mesmo os mais empedernidos adversários.
- Eu vou contar tudo! Vou detonar!
O delegado volta à carga.
- Não continue jogando seus amigos, seus aliados contra mim, isso não vai adiantar nada, como não adiantou...
Daniel, silencioso, parece concordar. O delegado prossegue:
- Se esse jogo continuar, a cada vez serão mais dez anos de prisão... eu tenho pelo menos 5 preventivas contra você, o trabalho do juiz De Sanctis é extraordinário, não há como escapar de novos mandados...e se você insistir agora será com a família toda...serão duzentos anos de prisão...
O tempo dirá se cálculo ou rendição:
- Eu vou contar tudo!
E faz jorrar, devastador:
-...vou contar tudo sobre todos. Como paguei um milhão e meio para não ser preso pela Polícia Federal em 2004...
O delegado, avança:
- Vamos fazer um acordo, mas é ponto de honra você não mentir. Não abro mão dessa investigação e seus resultados, mas muito mais fundamental é contar tudo sobre a corrupção no Brasil...quero saber a quem você pagou propina no Judiciário, no Congresso, na imprensa...
Em meio à torrente, em algum momento o advogado Nélio Machado pondera:
- ...você vai estar mais seguro na cadeia do que fora, fora você correrá risco de ser morto!
O tempo, pouco tempo, dirá se tudo não passou de exaustão, desabafo.
Se tudo foi só cálculo, ou, um mergulho definitivo, purificador, nos intestinos do Brasil.
10 de jul. de 2008
Xeque-mate em Daniel Dantas
Xeque-mate.
É esse o significado, jurídico, da nova prisão de Daniel Dantas.
A prisão é preventiva. E o que isso significa?
Significa, primeiro e antes de tudo, que não há como agora - ao menos por enquanto, pelos próximos dias -, Dantas recorrer a Brasília.
O Supremo Tribunal Federal, nesse novo quadro, só mais adiante. Salvo uma decisão que mova céus e terras e que, mesmo legal, atropele toda uma cultura e ritos.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Xeque-mate em Daniel Dantas, humm.... Deve ter gente no STF fazendo o cursinho rápido por correspôndencia de Vladimir Kramnik.
O caso Daniel Dantas
A alegria do ladrão de galinha (Luis Fernando Veríssimo)
O Ladrão de Galinha já tinha tido outros motivos para festejar, é verdade, desde que começou o novo ativismo da Polícia Federal, que de uns anos para cá tem prendido muita gente que ninguém esperava. Mas o Daniel Dantas é diferente. Nem interessa ao Ladrão de Galinha saber se o Daniel Dantas é culpado ou inocente do que é acusado. Para ele, Daniel Dantas é um símbolo. O Ladrão de Galinha se considera o anti-Daniel Dantas. É seu oposto em tudo. Seu crime é sempre claro e indiscutível: ele rouba galinhas. É flagrado e preso e pronto. Nada mais insofismável.
Já os “crimes” do Daniel Dantas, ou as suspeitas de crimes pelas quais ele agora foi preso, pertencem ao mundo crepuscular do empreendimento capitalista, onde as regras e os costumes, e a fronteira entre a falcatrua e o bom negócio, se diluem. Quer dizer, nada mais sofismável. Há anos que Daniel Dantas opera nesse lusco-fusco moral, e nem nas críticas que recebe pode-se definir o que seja inveja ou estratégia inimiga e o que seja indignação genuina. Por isso o extremo oposto a roubar galinhas não é o assassinato em série, ou outro crime tão enorme que absolva o Ladrão de Galinha pelo contraste. É o crime indefinido, o que impede o flagrante e dribla a justiça pela indefinição, ou compra a definição favorável.
O Ladrão de Galinha tem, portanto, todo o direito de achar que, se prenderam o Daniel Dantas, as coisas estão mesmo mudando. E de fazer planos profissionais para a próxima vez que for solto: se estão prendendo os daniéis dantas, talvez estejam aliviando o roubo de galinhas.
Lucia Hippolito comenta a libertação de Daniel Dantas
A imbecilidade dos Encierros Taurinos (Vídeo)
10 de julho - Dia da Pizza
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Interessante o Gilmar Mendes (STF) ter libertado o Daniel Dantas no dia da pizza, nao acham?
9 de jul. de 2008
Gilmar Mendes x Daniel Dantas
-...isso faz inveja ao regime soviético...
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
O que tem Daniel Dantas para atrair tantos defensores?
O Presidente do STF e a prisão de Daniel Dantas
A mulher é acusada de lavar dinheiro. Em poucos anos movimentou R$ 21 milhões. A irmã de Dantas é sócia de 150 empresas. Servia como "laranja" para o banqueiro. Solto de imediato, quem ousou oferecer um milhão de dólares a um delegado seria capaz de apagar provas que o incriminem.
O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), deveria levar isso em conta ao examinar o pedido de habeas corpus impetrado em favor de Dantas. Cinco dias são um prazo mínimo para que a Polícia Federal recolha mais provas que Dantas em liberdade poderia destruir.
Foi inoportuna a crítica repetida, ontem, por Mendes à Polícia Federal e ao que ela chama de "espetacularização" de suas operações. Faltou senso de oportunidade ao ministro. Ele passou a impressão de que reagia de antemão à prisão de notáveis.
Mendes reclamou, por exemplo, do uso de algemas em presos que não representam ameaça à própria integridade e a dos policiais. Não me lembro de Mendes e de outros ministros criticarem o uso de algemas em pessoas comuns - não digo em assassinos e bandidos comprovadamente perigosos.
O que Mendes chama de "espetacularização" tem a ver com o acompanhamento pela mídia das operações da polícia. Também não me lembro de ele ou de qualquer outro dos seus colegas ter reclamado de igual tratamento conferido por polícias locais a presos sem sobrenome de peso.
Não basta que a Justiça seja equilibrada - e essa não é a impressão que se tem aqui fora. Ela deve se esforçar para parecer equilibrada.
Miriam Leitão defende Daniel Dantas
Como esclareceu Bobo Fernandes, depois da intervenção de Miriam Leitão, Sardenberg chama os comerciais, não percebe que o microfone está aberto, e deixa escapar:
-...ela tava estranha, não?
Lucia Hippolito fala sobre a prisão de Daniel Dantas
7 de jul. de 2008
Teste o lado direito do seu cérebro

Se você achou o homem em:
- até 3 segundos: o lado direito do seu cérebro é mais desenvolvido do que o cérebro de pessoas normais.
- até 1 minuto: o lado direito do seu cérebro é normalmente desenvolvido.
- de 1 a 3 minutos: o lado direito do seu cérebro está reagindo lentamente, e você deveria ingerir mais proteína.
- mais de 3 minutos: o lado direito do seu cérebro é extremamente lento. Você deveria assistir mais desenhos para ajudar a desenvolver o seu cérebro direito.
Para acessar o resultado clique AQUI.
5 de jul. de 2008
1 de jul. de 2008
Notícias que podem mudar o rumo da história

Quem passou pela orla da Praia da Barra da Tijuca, no Rio, na tarde desta sexta-feira, 27, ficou boquiaberto com o que viu: a Mulher Melancia, num microbiquíni, andando de bicicleta. A cena na verdade não fazia parte do cotidiano da dançarina. Andressa Soares gravava um programa de televisão e o roteiro pedia que ela circulasse daquele jeito, para deleite de quem passava na hora.
Luciana Tecidio, Do EGO
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Poxa, noticião!